Fui no Nordestão hoje pela manhã. Queria comprar uma
camisa do novembro azul. O povo que vende não estava lá. Fiquei de voltar na
hora do almoço. Encontro com Wagner, meu treinador de voley da época do colégio
das Neves e, é logico, além de um abraço afetuoso, reclamou da minha barriga,
bem mais saliente com o tempo.
Descendo a escada rolante
encontro com ela: Dona Zezé. Maria José da Costa Delgado. Uma das criaturas
mais incríveis que já conheci. Uma inteligência e humor raros. Um carinho por
mim e por minha família desde os tempos de vizinhança no Barro Vermelho e que
com o passar do tempo parece que só aumenta.
Entre as diversas qualidades de
Dona Zezé, onde a bela voz é campeã, destaco ainda que ela é mãe de Magnus. Sem
nenhum desmérito pessoal a Liane e Ângelo, mas "Gnus" é, assim como a mãe, fora de série, daqueles que a gente gosta de graça (falamos inclusive disso: da
tietagem que temos com Magnus eu, a desembargadora Maria Zeneide e meio mundo
de gente).
É o tipo de encontro que a gente
ganha o dia. Saí de lá com a alma cheia de alegria, com vontade de sorrir, com
a certeza de que vale a pena viver e ser feliz. Além das perguntas: Como vai Beltrano, como vai Cicrano, conversamos o que? Nada demais. Rimos, rimos muito
da vida. Da magia de estarmos vivos e com saúde. Marcamos um encontro pra tocar
um violão e tomar umas. Não sei nem se vai acontecer, mas o simples fato de
marcar alguma coisa com Dona Zezé já me dá alegria.
Mas vou torcer para acontecer,
pra relembrar os velhos tempos de Pirangi, das serestas ao luar, ou mesmo do
violão tocado debaixo da rede de Ângelo sendo embalado na Pacífico de Medeiros.
Quem não dormiria ao som da magistral voz da mãe cantando a canção que fez pra
ele: “Ele é o meu tesouro, pedaço tão bom que nasceu de mim” e mais na frente a
declaração de amor maternal: “...Seu choro sentido, machucava em mim. E logo eu
corria, que pressa perdida, nada era enfim. No entanto eu sentia, que aquele
menino, chorava por mim”.
A alegria é sim Dona Zezé o nosso
maior tesouro nesta vida. Ser alegre é quase que uma obrigação divina. Falando
nisso, e como com a gente tudo acaba em música, fico com a lição da banda
Cidade Negra, que inclusive levo tatuada em meu corpo para não esquecer: “Deus
é a vontade de estar feliz”. Dona Zezé é feliz.
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